Você já experimentou ou tem costume de consumir leite de cabra ou algum derivado dele?
Talvez a resposta seja NÃO! E os motivos podem ser diversos.
Muitas pessoas dizem não gostar, pois tanto o leite quanto os derivados, teriam um gosto e/ou cheiro forte.
Mas será que isso é uma verdade absoluta? O que pode ser feito para que isso não aconteça?
(Foto: Reunião do projeto de cabras de leite/BAHIA PRODUTIVA)
O processo que atrela o cheiro ou o gosto forte ao leite e os possíveis derivados dele, ocorrem devido a uma estratégia natural do reprodutor (o bode) que urina na barba para liberar ferormônios que estimulam a cabra a entrar no estado de cio. Substâncias presentes nessa urina é que, em contato ou próximo da cabra, dão o cheiro e gosto forte. Então, a solução é bem simples, o que as agricultoras e agricultores fazem é separar o macho da fêmea, quando não for o momento de reprodução. Isso garante um leite e derivados sem o tão temido “gosto forte” atribuído a ele.
A COOPERSABOR gere atualmente um convênio com o governo do estado da Bahia, através da CAR/SDR, no âmbito do Projeto BAHIA PRODUTIVA, direcionado ao fomento da produção de leite de cabra. Atividades assim vem transformando o cenário econômico-cultural das comunidades, que veem hoje no leite de cabra, mais uma forma de geração de renda, tanto na venda direta, quanto no investimento em produtos beneficiados.
É o caso do já agora chamado “delicioso” queijo de cabra! Aqueles que optam por dar uma nova chance a iguaria,
reconhecem que os processos podem ser tão bem feitos, ao ponto de ser difícil diferenciar esse tipo de queijo, ao que convencionalmente consumimos.
O fato de optarmos por produzir queijos (e alimentos de uma maneira geral) livres de aditivos químicos e conservantes, já é um importante atrativo. Mas não somente. As propriedades do leite e queijo de cabra é digerido de maneira diferente do leite de vaca, sendo então uma possibilidade para quem tem intolerância. É também rico em minerais e vitaminas, contendo gorduras saudáveis e importante fonte de proteínas.
Isso sem falar das possibilidades de combinação que as redes de produção solidárias nos agraciam, ao transformar a natureza em alimento de verdade (diferente dos ultraprocessados) e sobretudo de qualidade.
Já imaginou degustar queijo de cabra, acompanhado de um bom café, produzido solidariamente e livre de venenos? Ou tomando uma aguardente beneficiada de maneira justa e cooperada? E mais ainda, acompanhado duma cerveja artesanal de estilo marcante, feita do nosso tão amado “coquinho do sertão”, o Licuri?
Pois então, deixemos o nosso paladar infantil de lado. Não percamos tempo com o que não é comida de verdade e vamos dar vez as possibilidades para aquilo que a terra nos dá. A regra é (re)experimentar!